quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

O conhecimento embarcado






O conhecimento embarcado



Dentre os ocupantes de um avião em um voo comercial, sem conhecer e sem avaliar os passageiros, talvez o maior conhecimento esteja nas mãos da tripulação. Nas mãos e nas mentes daqueles que compõem a tripulação de um avião. Aqueles que têm o controle do avião, e das decisões que podem ser tomadas durante a viagem. A tripulação foi treinada para operar aquele tipo e modelo de aeronave. A tripulação deve conhecer detalhes e pormenores estruturais. Informações que os passageiros desconhecem. Faz parte de suas atividades e atribuições, o saber e o conhecer. 

Considerando que o avião citado não tenha como passageiro um renomado engenheiro aeronáutico, o poder da informação e do conhecimento, o poder da decisão e do comportamento, estará embarcado e acondicionado em cérebros pertencentes à tripulação, promovendo sinapses entre seus neurônios, nas tomadas de decisão de qualquer operação ou procedimento. Uma tripulação capitaneada por um comandante, investido de autoridade e conhecimento.

Revistas distribuídas à bordo podem oferecer leitura e informação, com assuntos diversos e detalhes sobre a empresa aérea, tais como: cidades atendidas, rotas operadas e equipamentos utilizados. Capacidade e autonomia dos aviões. Encartes e impressos de comportamentos e procedimentos de emergência podem ser encontrados em porta revistas, por trás das poltronas, posicionadas à frente. Destacando o uso do assento das poltronas como um flutuante, em caso de pouso emergência na água. E destaca ainda os pontos de fuga da aeronave, portas e janelas de emergência. Quem viaja na posição próxima às asas, ainda poderá observar através das janelas pontos que não se pode pisar ou caminhar, sobre as asas. Entendendo os caminhos que poderá tomar.

A tripulação deve saber bem mais do que as instruções contidas em folhetos e revistas, informativos e ilustrativos. E antes da decolagem fazem uma apresentação verbal e gestual diante de todos os passageiros. Trazem a atenção para si, durante a apresentação, dando a entender que possuem e dominam um conhecimento. E devem ser solicitados quando algum passageiro necessitar ou precisar. 

Alguns tripulantes vão participar de treinamentos nas instalações do fabricante da aeronave. Aprender o que consta em seus manuais de operação. Podem retornar capacitados a operar um determinado tipo de equipamento, ou capacitados a capacitar novos operadores. 

Depois de conhecer bem o avião, no hangar, e na pista, em terra e no ar, estarão aptos ao voo, com passageiros, E alem do conhecimento daquela aeronave, vem o conhecimento das operações padrões, de qualquer equipamento. Operações padrões de normas aeronáuticas e padrões particulares da empresa. Durante os procedimentos, de voo, de aterrissagem e de decolagem. 

Com um conhecimento e um equipamento em mãos, é a tripulação que mantém o contato com a terra. Tal como nas naves espaciais, onde também é a tripulação que mantém o contato com a Terra.

A tripulação embarcada, que foi treinada para receber bem os passageiros ao embarcar, e agradecer a todos ao desembarcar. Com gestos e olhares de agradabilidade e confiabilidade no que faz. A tripulação foi treinada para agir em casos de emergência e urgência. E se possível, dar e aplicar os primeiros socorros, e primeiros atendimentos, em uma situação de emergência. Agir em casos de acidentes orientando a todos como sair da aeronave, como se comportar diante de outros passageiros, em situações emergenciais. As prioridades de desembarque, e a prioridade no uso de mascaras de oxigênio. Noções de sobrevivência na selva e no mar. 

É a tripulação de um avião que mantém um contato com os aeroportos de origem e de destino, aeroportos de escalas e aeroportos alternativos. Preparam o avião para decolar, conferindo e checando itens de segurança e abastecimento. Cuidam do conforto e da alimentação de todos que estão a bordo. Os comissários juntamente com o comandante do voo, são autoridades dentro da aeronave. Conferem se as portas da aeronave estão travadas, antes da decolagem, como uma segurança para o voo, e com a simbologia de que possuem a chave, permitindo e definindo quem entra à bordo. O cumprimento da ação é anunciado pelo sistema de som pelo comandante, para que todos acompanhem o ato de checagem.

Com conhecimento e controle do comandante, informações sobre as condições meteorológicas chegam e são transmitidas pela cabine de comando. Uma troca de informações; de terra-ar e de ar-terra. Chegam informações de estações meteorológicas em aeroportos, dando as condições de tempo que se encontraram nos aeroportos de destinos e aeroportos alternativos, com tempos presentes e recentes (METAR) e tempos previstos (TAF), para as próximas horas. Em contra partida o avião vai enviando mensagens meteorológicas (AIREP) por onde passa, informando a sua posição, sua altitude, pressão atmosférica e temperatura. Direção e velocidade do vento, de determinado ponto informado. Dados e informações que servirão para próximas previsões meteorológicas de rotas.

Por fim, o comandante entra em contato com a torre do aeroporto de destino e solicita autorização para pouso. Identifica-se como comandante da aeronave, tipo e modelo; informando o número do voo e a qual companhia pertence; sua origem e seu destino, mais algumas condições excepcionais. Fica no aguardo de uma confirmação de pouso, até que o pouso seja autorizado e informado. Enquanto isto pode informar a todos a bordo as condições de tempo na cidade onde vai pousar. 

Diante uma confirmação e autorização de pouso, começam os procedimentos de aterrissagem. Procedimentos que geram confiança e segurança em uma aproximação, com alternativas para mudanças operacionais excepcionais em casos de emergência.

NAT Fly RC 277 10 Dec 2014.
Natal/RN em 10 de dezembro de 2014. 



Nenhum comentário:

Postar um comentário