O conhecimento
embarcado
Dentre os ocupantes de um
avião em um voo comercial, sem conhecer e sem avaliar os passageiros, talvez o
maior conhecimento esteja nas mãos da tripulação. Nas mãos e nas mentes
daqueles que compõem a tripulação de um avião. Aqueles que têm o controle do
avião, e das decisões que podem ser tomadas durante a viagem. A tripulação foi
treinada para operar aquele tipo e modelo de aeronave. A tripulação deve
conhecer detalhes e pormenores estruturais. Informações que os passageiros
desconhecem. Faz parte de suas atividades e atribuições, o saber e o conhecer.
Considerando que o avião citado
não tenha como passageiro um renomado engenheiro aeronáutico, o poder da
informação e do conhecimento, o poder da decisão e do comportamento, estará
embarcado e acondicionado em cérebros pertencentes à tripulação, promovendo
sinapses entre seus neurônios, nas tomadas de decisão de qualquer operação ou
procedimento. Uma tripulação capitaneada por um comandante, investido de
autoridade e conhecimento.
Revistas distribuídas à
bordo podem oferecer leitura e informação, com assuntos diversos e detalhes
sobre a empresa aérea, tais como: cidades atendidas, rotas operadas e
equipamentos utilizados. Capacidade e autonomia dos aviões. Encartes e
impressos de comportamentos e procedimentos de emergência podem ser encontrados
em porta revistas, por trás das poltronas, posicionadas à frente. Destacando o
uso do assento das poltronas como um flutuante, em caso de pouso emergência na
água. E destaca ainda os pontos de fuga da aeronave, portas e janelas de emergência.
Quem viaja na posição próxima às asas, ainda poderá observar através das
janelas pontos que não se pode pisar ou caminhar, sobre as asas. Entendendo os caminhos
que poderá tomar.
A tripulação deve saber bem mais
do que as instruções contidas em folhetos e revistas, informativos e ilustrativos.
E antes da decolagem fazem uma apresentação verbal e gestual diante de todos os
passageiros. Trazem a atenção para si, durante a apresentação, dando a entender
que possuem e dominam um conhecimento. E devem ser solicitados quando algum
passageiro necessitar ou precisar.
Alguns tripulantes vão
participar de treinamentos nas instalações do fabricante da aeronave. Aprender
o que consta em seus manuais de operação. Podem retornar capacitados a operar
um determinado tipo de equipamento, ou capacitados a capacitar novos
operadores.
Depois de conhecer bem o
avião, no hangar, e na pista, em terra e no ar, estarão aptos ao voo, com
passageiros, E alem do conhecimento daquela aeronave, vem o conhecimento das
operações padrões, de qualquer equipamento. Operações padrões de normas aeronáuticas
e padrões particulares da empresa. Durante os procedimentos, de voo, de aterrissagem
e de decolagem.
Com um conhecimento e um
equipamento em mãos, é a tripulação que mantém o contato com a terra. Tal como
nas naves espaciais, onde também é a tripulação que mantém o contato com a
Terra.
A tripulação embarcada, que
foi treinada para receber bem os passageiros ao embarcar, e agradecer a todos ao
desembarcar. Com gestos e olhares de agradabilidade e confiabilidade no que
faz. A tripulação foi treinada para agir em casos de emergência e urgência. E se
possível, dar e aplicar os primeiros socorros, e primeiros atendimentos, em uma
situação de emergência. Agir em casos de acidentes orientando a todos como sair
da aeronave, como se comportar diante de outros passageiros, em situações
emergenciais. As prioridades de desembarque, e a prioridade no uso de mascaras
de oxigênio. Noções de sobrevivência na selva e no mar.
É a tripulação de um avião
que mantém um contato com os aeroportos de origem e de destino, aeroportos de
escalas e aeroportos alternativos. Preparam o avião para decolar, conferindo e
checando itens de segurança e abastecimento. Cuidam do conforto e da
alimentação de todos que estão a bordo. Os comissários juntamente com o
comandante do voo, são autoridades dentro da aeronave. Conferem se as portas da
aeronave estão travadas, antes da decolagem, como uma segurança para o voo, e
com a simbologia de que possuem a chave, permitindo e definindo quem entra à
bordo. O cumprimento da ação é anunciado pelo sistema de som pelo comandante,
para que todos acompanhem o ato de checagem.
Com conhecimento e controle
do comandante, informações sobre as condições meteorológicas chegam e são
transmitidas pela cabine de comando. Uma troca de informações; de terra-ar e de
ar-terra. Chegam informações de estações meteorológicas em aeroportos, dando as
condições de tempo que se encontraram nos aeroportos de destinos e aeroportos
alternativos, com tempos presentes e recentes (METAR) e tempos previstos (TAF),
para as próximas horas. Em contra partida o avião vai enviando mensagens
meteorológicas (AIREP) por onde passa, informando a sua posição, sua altitude,
pressão atmosférica e temperatura. Direção e velocidade do vento, de
determinado ponto informado. Dados e informações que servirão para próximas previsões
meteorológicas de rotas.
Por fim, o comandante entra
em contato com a torre do aeroporto de destino e solicita autorização para
pouso. Identifica-se como comandante da aeronave, tipo e modelo; informando o
número do voo e a qual companhia pertence; sua origem e seu destino, mais algumas
condições excepcionais. Fica no aguardo de uma confirmação de pouso, até que o
pouso seja autorizado e informado. Enquanto isto pode informar a todos a bordo
as condições de tempo na cidade onde vai pousar.
Diante uma confirmação e
autorização de pouso, começam os procedimentos de aterrissagem. Procedimentos que
geram confiança e segurança em uma aproximação, com alternativas para mudanças
operacionais excepcionais em casos de emergência.
NAT Fly RC 277 10 Dec 2014.
Natal/RN em 10 de dezembro de 2014.
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